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Foto do escritorEloísa Fernandes

O QUE APRENDI NA COZINHA COM A MTC

Atualizado: 6 de jul. de 2021

A saúde na MTC é entendida como uma teia relacional, e seu equilíbrio depende do tipo e da qualidade das relações estabelecidas. Comer é um ato de sobrevivência, mas tbm é uma experiência estética, ética, de afeto..., e para os antigos manter uma boa conexão entre esses campos é manter a saúde em dia. O norte deve ser sempre o conhecimento profundo do próprio corpo, e a criação de hábitos que sustentem seu bem estar.

Após séculos de observação e vivência, os chineses compilaram hábitos que se mostraram muito eficazes na prevenção geral de doenças e no cultivo da vitalidade. Experimentei muitos deles e selecionei alguns que mudaram profundamente minha relação com a comida.

Vamos a eles?

O que aprendi...

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Sobre alimentos frios e crus: A digestão é um processo que depende de calor para funcionar. Imagine o estômago como um cadeirão com água fervente. Se jogamos um copo de água fria nele a temperatura cairá, e o tempo gasto para reestabelecer o ambiente ideal de transformação será bem maior. O mesmo acontece com um alimento cru. Ele naturalmente consome mais tempo e fogo digestivo para ser aproveitado. Ambas as situações demandam um alto gasto energético, e esse é um dos principais motivos da preguiça pós refeição. Os gases e a sensação de empachamento aparecem aqui como um subproduto de uma digestão demorada, e mal feita. O hábito oriental de abrir a refeição com uma sopa quentinha e fechar com um chá, ambos em pequena quantidade, é uma forma simples e sagaz de facilitar a vida do sistema digestivo, economizar energia e ajudar a manter nossa vitalidade de pé. Dar preferência a alimentos cozidos ou al dente também!

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Sobre temperos: Os temperos além de deixarem os alimentos ainda mais saborosos podem ser grandes aliados da saúde, porém seu uso deve ser feito com sabedoria para não agravar padrões já desarmônicos. Um bom exemplo disso é a pimenta do reino em quadros de gastrite ou hemorroida inflamada, cúrcuma em quadros de hemorragia, sal no prato de quem sofre retenção urinária ou hortelã para curar um resfriado provocado pelo vento-frio. Então, caso você não tenha conhecimento dos efeitos de cada especiaria no seu corpo é melhor não abusar.

Ah, mais a comida com pouco tempero não tem gosto! Isso é e não é verdade. Há tempos o paladar da população tem se empobrecido devido ao excesso de comida ultraprocessada (e aqui entra muitos produtos industrializados vegan e da linha fit). Nós estamos literalmente perdendo a capacidade de apreciar as nuances de sabores, mas calma! As papilas gustativas tem a capacidade de se renovar e se você for perseverante nessa empreitada a favor do sabor irá se surpreender com o gosto dos alimentos novamente!


Sobre sabor: O PICANTE ativa a circulação de energia e faz suar. O DOCE acalma sensações agudas de desconforto e neutralizam os efeitos tóxicos de carnes e peixes. (Doce não é sinônimo de açúcar hein?! Há muitos sabores doces presentes naturalmente nos alimentos). O ÁCIDO pode obstruir os movimentos e assim conter diarreias e suores excessivos; aqui se inclui o sabor adstringente. O SALGADO amacia a rigidez de músculos e glândulas, e o AMARGO reduz o calor do corpo, drena fluidos corporais e provoca eliminações intestinais.


Sobre a soja: Soja boa é soja fermentada! como o misso, shoyu (orgânico e sem glutamato) e tofu. Leite de soja ou PTS (Proteína Texturizada de Soja) devem ficar bem longe da cozinha.


Sobre a natureza yin-yang dos alimentos: Existem alimentos capazes de esquentar ou esfriar o corpo, e isso não tem relação com a temperatura do alimento e sim com a sua natureza. Por exemplo, um sorvete de chocolate é feito com ingredientes mais yang, que produzem calor no organismo - leite, cacau, açúcar e gordura - e por isso a sensação de refrescância dura o tempo do sorvete. Já um quentíssimo chá preto tem a natureza fria, o que explica o costume em regiões frias de acrescentar, intuitivamente ou não, leite, rum ou canela ao chá.


Sobre os ciclos naturais: A primavera e o verão são períodos em que eliminamos naturalmente os excessos - o suor que o diga!. Quem quiser fazer uma limpeza interna deve aproveitar esse tempo, pois estará simplesmente dando um empurrãozinho na ordem natural das coisas. O outono e o inverno são períodos de recolhimento e armazenamento de energia. É o momento de tonificar o corpo com alimentos revigorantes e cozidos. Práticas desintoxicantes neste período, pode enfraquecer muito o organismo e a imunidade do mesmo.


Sobre o ato de comer: A medicina do alimento está na relação complexa de seus componentes e não na ação isoladas dos mesmos. Resumindo: mais comida de qualidade, menos suplementos. Mais laranja, limão e acerola, menos pastilha de vitamina C. A saúde na cozinha é fruto de uma verdadeira alquimia. Confie na natureza. Se os alimentos dependem dessa complexidade para existir é porque essa é a formula mais bem sucedida pAra perpetuar a vida na terra.

Sobre o ato de cozinhar: A simplicidade não é sinônimo de pobreza. Um simples prato de legumes e grãos cozidos no vapor é abundante em sabor e nutrientes. Quer uma dica?. Deposite amor e criatividade na apresentação do prato. ISSO FAZ TODA a diferença na refeição e não exige de você horas de preparos complicados e caros.

Sobre conhecer o que ingerimos: No Brasil o que conhecemos como “Comida oriental”, por exemplo, está muito distante dos hábitos tradicionais. O MARKETING é bom, mas o produto nem tanto. Por trás dos vegetais coloridos e dos peixes magros há uma enorme quantidade de açúcar refinado (nem o arroz escapa), sódio, glutamato, saque licoroso, óleo de soja transgênico, sem contar o excesso de itens fritos e o arroz quimicamente branqueado. Na dúvida o melhor é preparar uma boa refeição no aconchego do lar.

Achou a prosa interessante?



Então deixo aqui algumas leituras para você se aprofundar mais ;)







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